O e-mail da promotora chegou em uma manhã silenciosa.
*Aurora,
O caso está oficialmente em aberto.
Já ouvimos quatro das mulheres envolvidas. Outras estão sendo chamadas.
A estrutura da “comunidade espiritual” ainda existe, sob outro nome.
O homem conhecido como “Guardião” também está ativo — agora com outro pseudônimo e, infelizmente, mais seguidores.
Precisaremos de cópias dos textos publicados e, se possível, depoimentos complementares.
Sabemos que a Constela é uma editora, não uma organização jurídica.
Mas vocês abriram essa porta.
E há histórias que não podem mais ser fechadas.*
Atenciosamente,
Dra. Lígia Marques
Promotora de Justiça de Minas Gerais
Aurora sentiu o corpo inteiro estremecer.
Ler era uma coisa.
Publicar, outra.
Agora, era como se estivessem entrando num terreno novo: o das consequências reais.
Reuniu a equipe.
Estavam todos sentados na sala pequena da editora, copos de café nas mãos, olhares carregados.
— A promotoria quer apoio. Não exigem nada — explicou Aurora.