O e-mail chegou às 08h17.
Aurora ainda estava com a caneca de café na mão, os olhos meio sonolentos, quando leu o título da mensagem:
“Convite para Residência Literária em Paris – Seleção Internacional 2025.”
Ela leu, releu, piscou algumas vezes.
Um trecho destacava-se:
"Seu trabalho em Cartas ao Invisível tocou leitores do mundo todo. Estamos oferecendo uma residência de três meses com tudo incluso para que você desenvolva seu próximo projeto em uma das casas literárias mais prestigiadas da França."
Por um momento, ela não conseguiu respirar. Paris. Três meses. Escrevendo, cercada de artistas e histórias vivas.
Ela abriu a janela, como se o vento ajudasse a clarear o turbilhão na mente.
Três meses longe do Brasil. Longe de Davi.
Longe do que estavam construindo... e talvez do que ainda estavam consertando.
Davi chegou mais tarde naquela manhã. Carregava uma sacola com croissants e morangos — um ritual deles nos dias em que escreviam juntos. Aurora olhou para ele com um aperto no peit