Tudo que eu nunca quis saber.
O quarto estava mergulhado num silêncio espesso, como se até os móveis estivessem atentos ao que aconteceria a seguir.
Luna estava sentada na beira da cama, o pen drive vermelho entre os dedos. Passara a noite inteira acordada, repassando as imagens, os textos, as anotações. Releu cada palavra como se estivesse tentando encontrar uma explicação razoável, humana, qualquer justificativa que afastasse o que ela já sabia.
Mas não havia desculpa possível. Havia apenas um nome. Um rosto.
E ele era de Isadora.
A mesma Isadora que estivera ao seu lado desde o início do semestre. Que dividia café, conselhos, silêncio e risadas. A que mais sabia sobre ela — e que agora, Luna compreendia, sabia até demais.
Ela se levantou, o corpo trêmulo e a alma devastada, e saiu do quarto com passos duros.
Isadora estava na cozinha da república, mexendo uma panela com café. Cabelo preso de qualquer jeito, camiseta larga, como em tantas manhãs comuns. Só que nada era comum agora. Nada jamais seria