A luz de Barcelona tinha um jeito curioso de tocar as coisas. Suave, quase tímida, como se respeitasse os cantos do novo lar de Luna e Sophia. No apartamento em que viviam, havia agora vestígios de algo ainda mais raro que a paz: planejamento para um futuro conjunto.
Vestígios de casamento.
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A decisão de se casarem fora recebida com entusiasmo pelos poucos amigos próximos que sabiam da relação. Bruno e Letícia, por vídeo, brindaram com café mesmo sendo manhã no Brasil. O sorriso deles era genuíno — e Luna sentiu que, apesar de todas as pontes quebradas, ainda havia laços que resistiam ao tempo e às distâncias.
— O que você quer do nosso casamento? — Sophia perguntou certa noite, com a cabeça no colo de Luna enquanto assistiam à chuva cair na varanda.
— Quero que tenha verdade — respondeu ela. — Que tudo o que a gente colocar ali seja nosso. Nem pompa, nem clichê. Só a gente.
Sophia sorriu, brincando com o anel no dedo da noiva.
— Então a gente faz do nosso jeito.
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Os dias