Do lado de fora, o mundo parecia continuar em seu ritmo normal — ônibus passando, estudantes caminhando pelos corredores, professores comentando sobre avaliações. Mas para Luna, o tempo andava em outra frequência. Como se o relógio tivesse decidido hesitar antes de cada batida.
Tudo havia desabado.
Mas, de forma estranha, ela se sentia mais livre agora do que em meses.
Na manhã seguinte ao confronto com Isadora, Sophia a buscou cedo. Evitar a exposição parecia impossível, mas Sophia — com sua postura de sempre um passo à frente — já tinha um plano.
— Você não vai aparecer na empresa hoje — disse, ao entrar no carro. — Eu vou resolver lá. E também já falei com a reitoria.
— Já? — Luna piscou, surpresa. — Mas…
— Não se preocupa com isso. Eu não vou deixar ninguém destruir sua reputação por causa da inveja de meia dúzia de idiotas.
Havia firmeza na voz de Sophia. E algo mais: uma raiva silenciosa, protetora, como se ela mesma tivesse sido ferida.
Na faculdade, a bomba já havia estourado.