Barcelona era viva, pulsante, feita de curvas orgânicas e ruas que sussurravam histórias em cada esquina. Para Luna, a cidade parecia feita sob medida para um recomeço — ou talvez para um começo verdadeiro, livre de medos e disfarces.
Elas haviam se mudado há pouco mais de um mês. O apartamento novo ficava num prédio antigo, com varandas cheias de hera e janelas altas que deixavam a luz entrar como um abraço. Sophia tinha conseguido transferir parte de suas responsabilidades para a filial europeia da Stuart & Co., e Luna havia sido convidada a integrar um projeto de inovação e saúde mental com startups locais.
Mas não era só a paisagem que havia mudado.
Desde a ruptura definitiva com os pais, Luna parecia mais centrada. Mais em paz. Ainda havia dias nublados por dentro, memórias que vinham de mansinho — mas agora ela as recebia com a mão de Sophia entrelaçada à sua.
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Era fim de tarde quando Sophia sugeriu o passeio. Não explicou muito — só pediu que Luna vestisse algo confortáv