As manhãs de Luna na faculdade tinham uma nova densidade. Ainda evitava os olhares nos corredores, mas não por medo — era para proteger o segredo que agora pesava em seus ombros como um casaco de veludo. Um segredo com nome, rosto, e uma presença quase constante.
Sophia.
A doadora top um das lives. “S_”. A mulher que do outro lado da tela fazia seu corpo arder, sua pele pulsar. E agora, ali, ao alcance de um toque, oferecia cafés, sorrisos e elogios. Como se fossem inocentes.
Luna sabia.
Reconhecera o nome pela primeira vez com um arrepio. Depois, pelas palavras no chat, tão íntimas, tão… dela. E agora, cada vez que Sophia falava com sua voz doce e segura, Luna precisava se agarrar a si mesma para não desabar.
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Sophia, por outro lado, ainda vivia o mistério.
Durante as reuniões na empresa, era impecável. Mas nos momentos vazios, voltava à busca: revia trechos das lives, ajustava o volume para ouvir mais de perto os sussurros, os gemidos. Procurava um traço, um timbre — qualque