O carro subia pela estrada sinuosa como se deixasse o mundo para trás.
Aos poucos, os prédios deram lugar às árvores. A conexão de celular caiu. O silêncio tomou conta. Era como se a realidade — com todas as suas cicatrizes e tensões — tivesse ficado para trás, num plano diferente, onde os nomes de Marcos, Isadora e Lucas já não faziam sombra.
Sophia dirigia com uma tranquilidade rara, os olhos na estrada e uma expressão serena no rosto. Luna, no banco do passageiro, observava a paisagem passar como um filme. Ela não sabia exatamente para onde estavam indo. Só tinha confiado quando Sophia dissera:
— Vem comigo. Só nós duas. Nada de empresa, faculdade ou passado. Só o agora.
O “agora” era uma casa de campo escondida no interior, cercada por árvores altas, cheiro de terra úmida e o som constante do vento entre os galhos. Assim que chegaram, Luna desceu do carro com um suspiro e abriu os braços para o ar frio.
— Parece outro mundo…
— E é — disse Sophia, saindo com uma mochila. — Ni