Dois anos depois.
A luz da manhã atravessava as cortinas brancas com suavidade, tingindo o quarto em tons dourados. O apartamento em que Luna e Sophia moravam juntas — agora oficialmente um lar dividido — estava silencioso, exceto pelos passos leves de Sophia na cozinha e o farfalhar de lençóis enquanto Luna se espreguiçava na cama.
Dois anos haviam se passado desde que Luna deixara para trás a vida dupla, as ameaças, a insegurança. Ela agora trabalhava como desenvolvedora sênior na empresa de tecnologia que Sophia fundara após sair da Stuart & Co. As duas, embora ainda cercadas por desafios, haviam construído algo sólido — íntimo, cheio de cumplicidade e desejo.
Luna andava pela casa com mais liberdade, seu corpo mais à vontade, seu olhar mais firme. Já não se escondia no espelho, nem evitava as perguntas difíceis. Tinha reaprendido a se amar, com muito esforço e, acima de tudo, com o amor de Sophia.
Mas naquela manhã tudo mudaria.
A campainha tocou às 10h04. Sophia, de moletom cinza e cabelo pres