Capítulo 20 - Neblina

Ainda com o diário apertado contra o peito, Jonas se levantou. A sensação de urgência crescia, como se o prédio inteiro estivesse respirando ao seu redor, em um ritmo que ele não conseguia controlar.

Passou a lanterna pela pequena cômoda do quarto, do lado oposto à escrivaninha.

Abaixou-se diante dela e puxou a primeira gaveta.

Dentro, entre velhos lenços e algumas bijuterias empoeiradas, havia um papel dobrado cuidadosamente — diferente dos outros papéis rasgados e envelhecidos dali. Esse parecia ter sido guardado com um certo cuidado, quase com carinho.

Jonas desdobrou o bilhete.

A caligrafia era trêmula, quase hesitante, e não era a mesma da mãe nem da moradora — era de outra pessoa.

"Minha querida Elisa,"

"Sei que você acha que pode me proteger, que o que fizemos pode ser esquecido..."

"Mas eu sinto no ar, a cada noite, quando as luzes piscam e o vento traz aquele cheiro de ferro e cinzas."

"Eles não esqueceram."

"Se alguma coisa acontecer, se a névoa voltar, saiba que não foi cul
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