Ainda com o diário apertado contra o peito, Jonas se levantou. A sensação de urgência crescia, como se o prédio inteiro estivesse respirando ao seu redor, em um ritmo que ele não conseguia controlar.
Passou a lanterna pela pequena cômoda do quarto, do lado oposto à escrivaninha.
Abaixou-se diante dela e puxou a primeira gaveta.
Dentro, entre velhos lenços e algumas bijuterias empoeiradas, havia um papel dobrado cuidadosamente — diferente dos outros papéis rasgados e envelhecidos dali. Esse parecia ter sido guardado com um certo cuidado, quase com carinho.
Jonas desdobrou o bilhete.
A caligrafia era trêmula, quase hesitante, e não era a mesma da mãe nem da moradora — era de outra pessoa.
"Minha querida Elisa,"
"Sei que você acha que pode me proteger, que o que fizemos pode ser esquecido..."
"Mas eu sinto no ar, a cada noite, quando as luzes piscam e o vento traz aquele cheiro de ferro e cinzas."
"Eles não esqueceram."
"Se alguma coisa acontecer, se a névoa voltar, sa