Jonas apaga rapidamente a vela sobre a mesa, pega o livro e desliza para trás de uma estante alta de madeira carcomida. O som dos passos fica mais claro, como se ecoasse direto pelo piso de vidro sob seus pés.
Ele prende a respiração e mantém os olhos no texto, mesmo que o coração bata como um tambor. A chama da sua lanterna enfraquece, mas ainda ilumina o suficiente para que ele continue a leitura.
As próximas páginas descrevem algo ainda mais perturbador:
“O Palácio é o espelho do mundo. Cada sala guarda um fragmento do que foi e do que será. Aquele que caminha entre seus corredores revive não apenas memórias próprias, mas também as memórias do Pesador.”
Mais adiante, quase ilegível pelo desgaste da tinta, lê-se:
“Os descendentes carregam a chave do Julgamento. O sangue derramado em um cálice desperta o caminho final. Mas cuidado: a escolha não é apenas dele… o Palácio também escolhe.”
De repente, os passos param. Jonas ouve um leve roçar de unhas no vidro, como se alguém ou algo es