Catarine

CatarinePT

Mistério/Thriller
Última atualização: 2025-06-04
Kaylanne Lima   Atualizado agora
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Índice

Catarine é uma mulher enigmática e poderosa, dona de uma das mais respeitadas empresas de moda feminina da cidade. Rica, influente e impecável aos olhos do mundo, ela esconde uma vida de reclusão e segredos em sua mansão isolada, onde vive com seu filho pequeno, Holly, protegido do olhar alheio por uma rígida rotina de estudos em casa e o auxílio silencioso de sua fiel babá, Anastácia. Quando Eithan, um jornalista determinado e perspicaz, surge com a proposta de uma entrevista exclusiva, Catarine acredita se tratar de mais uma oportunidade de fortalecer sua imagem pública. Mas Eithan não está ali apenas por sua reputação no mundo da moda — ele esconde sua própria identidade e carrega perguntas que podem desestabilizar tudo o que ela construiu. Enquanto os encontros entre os dois se tornam cada vez mais frequentes e intensos, uma tensão psicológica cresce, silenciosa e ameaçadora. Catarine se vê forçada a confrontar os fantasmas do passado, ao mesmo tempo em que luta para proteger o maior de todos os seus segredos: sua maternidade. Entre jogos de poder, atração e desconfiança, ambos caminham perigosamente sobre uma linha tênue, onde a verdade pode destruir não apenas vidas, mas também identidades. Um dark romance arrebatador, onde mistério, paixão e segredos se entrelaçam até o limite final.

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Capítulo 1

Prólogo

A chuva escorria pesada pelas goteiras do velho galpão, pingando em poças negras no chão de concreto rachado. Ela tremia. Não de frio — porque já não sentia mais o corpo —, mas de puro pavor.

Segurava o bebê com tanta força contra o peito que parecia que podia esmagá-lo, como se o calor frágil daquela criança fosse a última âncora que a impedia de simplesmente desaparecer.

— Por favor… — a voz saiu falha, rasgada, como se nunca tivesse sido usada.

O homem à sua frente permaneceu imóvel, o rosto oculto pela sombra do capuz. Apenas o brilho metálico de um anel grosso em seu dedo denunciava alguma humanidade.

— Por favor… — ela repetiu, com mais força, mais dor. As lágrimas queimando a pele fria. — Me ajuda… ele… ele é tudo que eu tenho…

O bebê soltou um gemido pequeno, faminto ou apenas inquieto, e ela o embalou automaticamente, como quem repete um gesto aprendido por instinto, não por conforto.

O homem deu um passo à frente, a bota afundando na lama com um estalo seco. Ela estremeceu.

— Ela… — a palavra morreu antes de sair completamente.

Não ousava pronunciar o nome. Como se dizer aquilo em voz alta fosse entregar ainda mais a própria desgraça.

Fechou os olhos, respirou fundo, e quando abriu, o olhar não era mais de súplica, mas de uma fúria silenciosa, fria, sufocada há tempo demais.

— Tem alguém que quer tirar ele de mim — a voz dela agora era uma lâmina fina, afiada. — Alguém que não pode…

O homem inclinou ligeiramente a cabeça, como quem escuta um animal ferido, curioso se deve matá-lo ou deixá-lo sangrar sozinho.

— Não posso deixá-la encontrá-lo. Nunca.

O bebê se agitou mais, e ela apertou os olhos, tentando conter o soluço que vinha à garganta.

— Eu faço qualquer coisa… — sussurrou, sem encará-lo. — Qualquer coisa…

O homem finalmente falou:

— Por que não vai à polícia?

Ela riu. Um som seco, quase histérico, mas tão fraco que mal reverberou no ar gelado.

— Não tem polícia pra quem carrega tanta sujeira… — ergueu os olhos, vazios, mortos, mas com uma centelha de algo que nem ela sabia que ainda restava: instinto de mãe.

Silêncio.

Então, o homem se virou, começando a caminhar para longe.

Ela sentiu o pânico novamente.

— ESPERA!

O grito ecoou pelo galpão vazio, assustando até o bebê, que chorou fraco, exausto.

O homem parou, sem olhar pra trás.

Ela caiu de joelhos, a lama sujando a barra do vestido velho, o bebê aninhado aos braços.

— Só me diz… só me diz o que eu tenho que fazer…

Ele ficou parado por um segundo que pareceu eterno… e então, sem dizer uma palavra, desapareceu na escuridão da noite.

Catarine ficou ali, sozinha, o choro abafado do filho, a respiração ofegante, o mundo desabando em silêncio.

O nome da mulher que queria sua vida queimava na garganta, mas ela não o pronunciou.

Não ainda, mas em breve.

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