O Refúgio dos Ecos estava em silêncio. Mas não era um silêncio comum. Era o tipo de silêncio que vem antes de uma tempestade — ou de um renascimento.
Emeraude ajoelhou-se diante do altar lunar, rodeada por círculos de sal, prata e folhas secas de louro, símbolos antigos das banshees e dos filhos da lua. O céu estava limpo, mas a lua, cheia e densa, parecia pesar sobre a Terra.
Kaien colocou as mãos sobre os ombros da filha.
— “Você foi criada entre verdades incompletas. Agora, vai ouvir tudo. Vai cantar com sua própria voz. Vai sangrar por sua linhagem. E sobreviver, se for forte o bastante.”
Ao redor, banshees ancestrais surgiam como espectros de névoa. Algumas choravam. Outras cantavam. Lysandra e Syllen seguravam tochas acesas, como guardiãs do ritual.
Então a lua começou a cantar.
Não era um som comum. Era um canto profundo, ancestral, cheio de notas que nenhuma garganta humana poderia emitir. Era o chamado.
Emeraude gritou. Mas não de dor.
Gritou porque sua alma estava se abrindo