Nas noites que seguiram, o silêncio tornou-se impossível para Emeraude. Mesmo trancada no quarto, mesmo com a cabeça debaixo do travesseiro ou o som da televisão ligado, ela ouvia.Sussurros.Frases soltas, vozes antigas, algumas infantis, outras roucas como folhas secas. Chamavam seu nome. Repetiam datas. Falavam de pessoas que ela nunca conhecera.E uma coisa era certa: todas estavam mortas.Na manhã da quinta-feira, acordou com sangue no travesseiro. O nariz sangrara de novo. E na parede, ao lado de sua cama, havia uma palavra escrita com o dedo, como se alguém tivesse arranhado o reboco:“Prepara-te.”Desceu as escadas assustada, o coração disparado. Encontrou a mãe preparando chá. O cheiro era forte, de algo herbal e antigo. Alisha não disse nada de imediato, apenas ofereceu a xícara.— Os sussurros começaram, não foi?Emeraude apenas assentiu, os olhos marejados.— Eles estão vindo. Não sei quem são, mas... estão vindo. E eu ouço coisas, vejo lampejos, vultos no espelho, nomes q
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