O Refúgio tremeu.
A Entidade do Silêncio rasgava a realidade como se fosse tecido velho. Das fendas surgiam criaturas feitas de ausência: sombras com bocas costuradas, olhos brancos e garras que sugavam o som ao redor. Cada passo que davam era um roubo — o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas, o sussurro das memórias. Tudo desaparecia.
Emeraude se manteve firme, sentindo o peso da Lua em seu peito como uma batida constante. Ela era a Voz agora. E sabia que não estava sozinha.
De repente, um grito atravessou o ar — gutural, ancestral.
Era Lysandra.
Ela havia invocado o Grito Ancestral das banshees antigas. Seu corpo tremia, os olhos brilhavam em prata, e ao seu redor as sombras hesitaram.
— “Vamos, Emeraude!” — ela gritou. — “Convoque as vozes!”
Emeraude ergueu os braços.
— “Aos que vieram antes de mim… às banshees esquecidas… às vozes que foram silenciadas… EU CHAMO VOCÊS!”
O chão se abriu em runas cintilantes. Espíritos de banshees antigas se ergueram, translúcidas, envoltas em