ELLA…
A primeira coisa que senti foi dor. Não uma dor comum, mas uma que parecia morar dentro dos ossos, como se alguém tivesse arrancado pedaços de mim e colocado tudo de volta no lugar errado. A segunda coisa foi o silêncio. Um silêncio pesado, quase sufocante, como se o mundo estivesse preso entre um suspiro e um grito.
Quando tentei abrir os olhos, a luz me cortou incomodando meus olhos. Apertei as pálpebras, respirei fundo. Foi aí que notei o cheiro: forte, frio, metálico. Hospital. Meu coração disparou. Hospital. Por quê?
As lembranças vieram em ondas, batendo contra mim com tanta força que quase desejei desmaiar de novo: Mãos me segurando, a porta se fechando, a voz ameaçadora: “Se gritar, ela morre.”
O gosto salgado das lágrimas que não consegui segurar.
Estava tudo gravado na minha cabeça, e também no meu corpo.
Senti o ar preso na garganta. Uma lágrima quente escapou antes que eu pudesse impedir. Tentei levantar a mão para enxugar, mas meu braço era chumbo. O corpo int