O galpão cheirava a ferro e óleo velho. O som ritmado de gotas caindo no chão ecoava como um relógio impaciente.
Valentina atravessou o espaço com passos firmes, os saltos cortando o silêncio. Dominic continuava encostado no carro, o olhar cravado nela — frio, calculado, quase predatório.
— Está com raiva? — perguntou ele, abrindo o paletó e revelando a arma presa ao coldre, como um lembrete de quem mandava ali.
— Só quero entender o motivo da encenação — ela rebateu. — O que aconteceu no estacionamento… era parte do plano?
Dominic se afastou lentamente, caminhando ao redor dela como quem mede o inimigo.
— Tudo é parte do plano, principessa. Até o erro.
Parou atrás dela, a voz baixa, quase um sussurro.
— Eu precisava ver o que você faria quando fosse traída.
Valentina girou o corpo, o olhar faiscando.
— E gostou do que viu?
O canto dos lábios dele se curvou num sorriso contido.
— Vi alguém que pensa antes de atirar. Que sobrevive. Isso é raro.
Ela cruzou os braç