Rafael guiou Helena por um túnel subterrâneo que partia de uma antiga propriedade nos arredores da cidade. As paredes, úmidas e cobertas de limo, guardavam segredos de décadas. O ar estava carregado de tensão e umidade, como se cada passo os levasse mais fundo na verdade — e no perigo.
— Esse lugar foi construído durante a ditadura — explicou Rafael. — Era um dos esconderijos usados pelo Conselho para reuniões clandestinas. Nenhum sistema moderno consegue rastrear sinal aqui. E ninguém entra sem autorização.
Helena o seguiu, o coração acelerado.
— Conselho? Você mencionou isso antes. Quem são essas pessoas?
Rafael parou diante de uma porta de ferro com trancas duplas. Retirou uma chave antiga do bolso e abriu.
— Empresários, políticos, líderes religiosos... todos comprometidos com um pacto de poder e silêncio. O Conselho é o verdadeiro poder em Montserra. Augusto, Carlos... eram apenas peões obedientes.
Eles entraram numa sala circular, coberta por quadros antigos e uma longa mesa no c