A viagem até o sítio abandonado nos arredores de Montserra parecia ter sido tirada de um pesadelo antigo. O lugar era isolado, tomado pelo mato alto e pela névoa baixa da manhã. Júlia dirigia o carro com atenção redobrada, enquanto Helena observava os arredores com os olhos atentos.
No banco de trás, Rafael examinava novamente os documentos relacionados à mulher do vídeo: Verônica Esteves Ramalho de Albuquerque — codinome V.E.R.A., uma das fundadoras do Conselho das Famílias, há mais de trinta anos.
— Você tem certeza que ela está aqui? — perguntou Júlia, desconfiada. — Pode ser uma armadilha.
— Sim — respondeu Helena com frieza. — Mas também pode ser a única chance de pôr fim a isso.
O sítio estava em ruínas. Portões enferrujados, janelas quebradas e um silêncio que parecia gritar. Ainda assim, quando Helena bateu na porta principal da casa principal, alguém respondeu do lado de dentro.
— Sabia que viriam. Entrem.
A voz soava envelhecida, mas firme.
Helena entrou primeiro, com Rafael