Mundo ficciónIniciar sesiónLilibet: a coletiva e a caça
A campainha não parava. Às vezes era a campainha; às vezes, era o meu coração.Eu segurava o copo d’água com as duas mãos para não deixar cair. As notificações atropelavam umas às outras no celular — mensagens de desconhecidos, ameaças veladas, curiosidade cruel. Quando finalmente abri a porta da sala, o telefone fixo tocou como se risse de mim: um riso antigo, de outro século, mas que sabe onde dói.— Eu não entreguei essa agenda. — falei para o corredor vazio, só para ouvir a frase em voz alta, como quem testa se ela tem ossos.A assistente do condomínio, por uma dessas ironias que o destino adora, me ligou de novo.— Tem muita gente aqui embaixo, senhora… jornalistas, eu acho. A senhora vai descer?— Não. — minha voz falhou, então tornei a dizer, mais firme. — Não.A televisão mostrava o assessor em coletiva. Tive vontade de quebrar a tela, mas precisei assistir. Eu tinha de ouvir o que d






