CLARICE

A primeira onda de notícias bateu em Leon e no entorno corporativo; a segunda, porém, virou o holofote para onde sempre esteve a pólvora: Lilibet. Em poucas horas, os apresentadores mudaram o enquadramento, os portais reescreveram títulos, e as push notifications passaram a trazer o nome dela com a insistência de um alarme de incêndio.

“NOVOS DETALHES: LISTA COMPLETA CIRCULA ENTRE REDAÇÕES; CLIENTES VIPS E A ‘AGENDA DE L.’”

“ASSESSOR DIVULGA POSICIONAMENTO; IMPRENSA AGORA COBRA EXPLICAÇÕES DE LILIBET.”

“FOTOS, HORÁRIOS E MENSAGENS: A DOCUMENTAÇÃO QUE O PAÍS QUER LER.”

A câmera dos telejornais se moveu como um cardume: cercaram portarias, corredores, estacionamentos. O país respirou fundo — e apontou o dedo.

Clarice — Cayenne, Guiana Francesa

Clarice escolheu a Guiana Francesa porque sabia que nenhum olhar comum a procuraria ali. Nem rica, nem miserável: discreta. O tipo de mulher que passa pelo mercado municipal com uma s