O som dos motores ecoava pelas estradas sinuosas que levavam até o centro financeiro de Zurique. O vento frio cortava a pele, mas nada parecia mais gélido do que a ansiedade que tomava conta de Camila naquele momento.
Leonardo estava ao seu lado, no banco do motorista, em silêncio absoluto. Não era um silêncio desconfortável, mas sim tenso, carregado de pensamentos não ditos. Ambos sabiam que aquela viagem não era apenas uma busca por respostas. Era um mergulho no passado — um que poderia destruir tudo.
Camila apertava nas mãos uma chave prateada, pequena, quase insignificante à primeira vista, mas que guardava o acesso ao cofre deixado por seu pai. Aquela chave havia sido encontrada dentro de uma página falsa no diário da mãe, cuidadosamente escondida por anos.
— Tem certeza de que quer fazer isso? — perguntou Leonardo, quebrando o silêncio, sem tirar os olhos da estrada.
Ela respirou fundo, apertando mais a chave. — Não tem mais volta, Leo. Se há algo ali que explique tudo... eu pre