O silêncio na sala parecia mais barulhento que qualquer grito. Camila permaneceu imóvel, olhando para Leonardo como se estivesse diante de um estranho. A imagem projetada ainda pairava nas telas, congelada no instante exato em que o passado colidia com o presente — aquele abraço entre sua mãe e Alexandre ecoava como um golpe seco em sua alma.
Leonardo se afastou devagar, como se precisasse de distância para encontrar forças. Caminhou até a janela de vidro e fitou a cidade lá embaixo, as luzes noturnas piscando como lembranças inapagáveis. Seu reflexo tremia.
— Eu prometi a mim mesmo que isso nunca viria à tona — disse ele, com a voz carregada de culpa. — Prometi que enterraria tudo para proteger você, Camila. Mas talvez eu tenha cometido o mesmo erro que todos os homens da minha família: achei que podia controlar tudo sozinho.
Camila se aproximou, os braços cruzados contra o peito. — Então me diga, Leonardo. Diga agora. Sem rodeios. Quem é Alexandre... para você? E por que ele aparece