O silêncio no quarto do hotel era pesado, quase sufocante. Camila encarava o envelope lacrado sobre a mesa de centro, suas mãos tremendo com a mistura de medo e esperança. As palavras do diário ecoavam na sua mente: “Se algo acontecer comigo, vá até o banco de Zurique. Conta nº 421-BL-9. Lá está a chave do legado que tentaram enterrar.”
Ela sabia que aquela chave não era só um objeto, mas a porta para um passado que parecia querer devorá-la viva.
Leonardo a observava do sofá, seu rosto marcado pela preocupação e pelo cansaço das últimas semanas. A guerra entre as sombras estava ficando mais intensa, e a aproximação de Rodrigo Alencar Monteiro, seu pai biológico, só deixava tudo mais perigoso.
— Você vai mesmo ir para Zurique sozinha? — sua voz saiu baixa, quase um pedido.
Camila respirou fundo, levantando os olhos para ele.
— Preciso saber. Preciso entender tudo de uma vez. Não posso continuar vivendo entre o ódio e o desejo sem respostas. — A determinação soava firme, mas no fundo, e