O silêncio entre Camila e Leonardo parecia mais pesado do que qualquer palavra que pudessem trocar. A revelação sobre Alexandre caiu como uma lâmina afiada, cortando não só suas convicções, mas também tudo que ela pensava saber sobre confiança, lealdade e amor.

Ela estava no limite. Parte dela queria acreditar que tudo não passava de um mal-entendido grotesco, um erro no sistema, uma coincidência cruel. Mas outra parte… aquela mais ferida, mais calejada, mais desconfiada do mundo, começava a erguer muros novamente. Começava a se preparar para o pior.

Leonardo caminhava de um lado para o outro na sala, os punhos cerrados, os olhos faiscando raiva, preocupação e um tipo de dor que ele raramente deixava transparecer.

— A gente precisa ser racional — ele disse, enfim, rompendo o silêncio. — Verificar cada transação, cruzar dados, entender se é de fato ele ou se alguém usou o nome, a conta, o CPF, qualquer coisa.

— Racional... — Camila riu, amarga, passando as mãos no rosto, desesperada. —