O cheiro de chuva no asfalto misturava-se ao perfume caro que escapava dos paletós dos agentes e ao odor metálico de tensão no ar. As sirenes continuavam piscando, refletindo nas poças d’água, como se a própria cidade estivesse testemunhando o fim de uma era — e o nascimento de algo novo.

Camila, de mãos dadas com Leonardo, observava Rodrigo ser algemado e colocado no banco traseiro do carro da Interpol. Seu olhar ainda carregava ódio, mas agora estava tingido de algo mais amargo: derrota.

— Isso não vai ficar assim — ele cuspiu, encarando Camila pela janela semiaberta. — Você pode ter vencido uma batalha, garota, mas a guerra... a guerra nunca acaba.

Leonardo deu um passo à frente, cruzando os braços, com um sorriso frio no rosto.

— Você tem razão, Rodrigo. A guerra nunca acaba. Mas, sabe qual é a diferença? — Ele se inclinou levemente, olhando-o nos olhos. — Dessa vez, quem está no campo de batalha sou eu. E você... está fora do tabuleiro.

O carro arrancou, levando consigo Rodrigo e