Camila encarou o dossiê sobre a mesa como se aquele pedaço de papel tivesse o poder de explodir tudo — e, de certa forma, tinha. Suas mãos tremiam, mas ela não se permitiu vacilar. Aproximou-se, puxou a cadeira e sentou-se lentamente, mantendo o olhar fixo em Alexandre.
— Abre — disse ele, a voz mais rouca que de costume. — Vai... você merece saber.
Ela respirou fundo e abriu.
As primeiras folhas eram contratos. Documentos que envolviam a Aragon Enterprises, a Vasconcellos Group e... Rodrigo Alencar Monteiro. O nome do pai dela estampado em letras grandes e frias.
Mas, à medida que folheava, percebeu que aquilo ia muito além de negócios. Eram registros de transferências para contas no exterior. Detalhes de negociações secretas, venda de informações, espionagem corporativa.
E, em quase todos eles, uma assinatura se repetia.
A de Alexandre.
Camila sentiu o estômago despencar.
— Me explica — sua voz saiu em um fio, os olhos começando a se encher de lágrimas, mas ela não piscou, não cedeu