50. A CHEGADA DE LUCAS
Deise se levantou sem dizer nada, caminhou até um canto isolado da sala — onde ninguém pudesse ver claramente seu rosto — e encostou a testa contra a parede de vidro gelado. Seus ombros começaram a tremer, e o choro veio forte, sem freio, como uma barragem rompida.
Foi quando sentiu algo quente envolver sua cintura: os braços de Miguel.
Ele a puxou para perto, abraçando-a por trás com firmeza e ternura. Ela girou devagar, voltando-se para ele, e seus olhos se encontraram — os dele cheio de compaixão e dor contida.
— Não chore — ele sussurrou, passando os dedos por suas bochechas úmidas. — A cirurgia foi um sucesso. Acabaram de me informar. Logo a Maria estará estável. Ela vai se recuperar.
Deise soluçou, tentando acreditar.
— Mas por que... por que isso aconteceu? Quem faria isso?
Miguel baixou os olhos, os maxilares cerrados.
— Eu não sei... Mas algo me diz que isso não foi um simples acidente. Talvez meu pai. Talvez... até o Lucas. Mas tenho quase certeza de uma coisa: você era o al