47. VERDADES REVELADAS
O dia seguinte amanheceu silenciosa, como se o próprio dia hesitasse em começar diante da tensão que pairava naquela casa. Lucas, como de costume, saiu cedo para o trabalho. O som da porta se fechando foi como um sinal para Deise respirar aliviada. Somente quando o carro dele sumiu ao longe, ela finalmente desceu para tomar café. Tentava manter a compostura, mas seus pensamentos estavam acelerados — aquela noite ainda pesava em sua mente.
Depois de algumas horas, ela decidiu caminhar pelo jardim, buscando acalmar a alma. O vento tocava seu rosto com delicadeza, mas nem isso suavizava o nó em seu peito. Foi então que ouviu a voz de Maria chamando seu nome com gentileza:
— Deise.
Ela se virou e sorriu, um sorriso discreto, porém sincero.
— Oi, Maria.
— Eu ouvi... sua conversa com o Lucas ontem à noite — confessou a empregada, com um olhar cheio de preocupação. — Se quiser, eu posso ficar com você durante o jantar. Não precisa enfrentar isso sozinha.
Deise hesitou por um momento. Seu olh