12. TALVES MIGUEL FOSSE A ÚNICA VERDADE
Ao chegar em casa, Deise deixou a bolsa cair no chão da sala, chutou os sapatos para longe e seguiu direto para o quarto. Cada passo parecia mais leve, como se a coragem que tivera naquela noite tivesse tirado um peso antigo de seus ombros. Entrou no quarto sem nem acender a luz. Precisava de silêncio. De sombra. De paz.
Deitou-se na cama ainda com a roupa do jantar que não aconteceu. Seu corpo cansado afundou no colchão macio, mas sua mente continuava agitada. As palavras ditas — e, principalmente, as não ditas — ecoavam como trovões dentro dela. Sentia-se exausta, sim, mas viva. Pela primeira vez em muito tempo, não sentia vergonha de si mesma.
Mesmo sabendo que a atitude que tomara podia ter consequências — afinal, Roberto não era um homem fácil de ignorar, e Lucas muito menos —, uma parte dela sorria. Um sorriso pequeno, contido, mas que brotava com força de dentro do peito.
“Eu enfrentei os dois... E saí inteira”, pensou.
Ainda com a expressão serena, fechou os olhos. E, em pouco