ITALIANO REVOLTANTE!

— BYANKA

A porta a minha frente se abre com um rangido mais alto e eu fico ainda mais cega com o clarão que irrompe a sala onde estou, pisco algumas vezes para tentar me acostumar com a claridade até que finalmente consigo analisar o ambiente ao meu redor.

Estou amarrada a uma parede por correntes, estou sentada encostada em uma espécie de tubulação de metal, o quarto ao meu redor é úmido e tem goteiras pingando em algumas partes, estou sentada em um colchão velho, mas forrado com lençol e um edredom aquece minhas pernas, o cheiro de mofo faz meu nariz coçar e vejo uma segunda porta que dá ao que parece ser um banheiro minúsculo.

Fora a cama não tem mais nada no quarto e apenas uma pequena janela no alto deixa um pouco de ar fresco entrar, mas percebo que ainda está de noite, por isso não consegui enxergar nada antes de abrirem a porta.

— Você causou um grande problema antes de escapar, Bambola. Quase não consegui te recuperar antes deles. — uma voz com um sotaque italiano forte preenche o espaço e minha cabeça se levanta para encontrar o dono da voz, mas seu rosto está oculto por sombras já que ele está contra a luz, não consigo ver nada além de uma estrutura grande e musculosa.

Eu apenas o encaro sem saber o que responder, como assim me recuperar antes deles? Então eu não fui pega pelos russos? Por que esse homem tem sotaque italiano e o que ele quer comigo?

— Não consegue compreender o inglês, Bambola? Cazzo! Como vou me comunicar com minha noiva se eu não falo russo? — ele diz para si mesmo crente que eu realmente não estava entendendo o que ele disse.

Eu engasgo quando suas palavras fazem sentido para mim.

NOIVA?

— Quem é você? — eu pergunto em um italiano perfeito, apenas para me mostrar um pouco, eu falo perfeitamente bem 6 idiomas além do russo, minha educação não poderia ter sido melhor.

— Você fala meu idioma… Interessante… — ele murmura para si mesmo — Me lembre de não falar mal de você em italiano então.

Ele pisca um olho para mim em cumplicidade, como se fossemos amigos desfrutando de uma conversa saudável.

— Quem diabos é você e porque eu estou aqui? — eu pergunto com o semblante em branco, não vou deixar ele perceber o caos que eu estou por dentro, não, vou manter o exterior frio e calmo, como uma boneca faria.

— Verdade! Onde estão meus modos? — ele solta uma risada forçada — Prazer, Matteo Rizzo, ao seu dispor.

Seu sobrenome gera uma onda de choque por mim, eu conheço ele! Sei que é uma das famílias mais importantes da máfia italiana, meu pai mesmo tem negócios com eles, o que me leva a pensar porque eu estou aqui?

— Por que me trouxe para cá? — eu pergunto séria sem deixar nada transparecer em meu tom.

— Por que vamos nos casar, óbvio, Bambola! Pensei que fosse mais esperta, pelo menos foi o que me disseram… — ele murmura a última parte e então b**e palmas de animação, mas não deixo de registrar o olhar lascivo que ele me dá quando me olha de cima a baixo.

— Não. — eu digo simplesmente.

— Não foi um pedido de casamento, Bambola, eu afirmei que vamos nos casar, não confunda as coisas. — ele diz em um com um sorriso gelado que deixaria até mesmo Dimitry com inveja.

— Eu já estou noiva! — eu afirmo com raiva.

— Daquele idiota que está comendo sua irmã? Tsc tsc, se eu fosse você pensaria duas vezes antes de afirmar querer viver essa vida. Ou melhor dizendo, do Assassino da Bratva, o famoso razrushitel, querida, você tem sorte de ter conseguido sair com vida, nem seu querido papai conseguiria te salvar dessa agora. — ele diz destruidor em um sotaque horrível o que deixa bem claro a sua total falta de conhecimento de russo.

Até ele sabe? Eu me afundo mais dentro de mim com o desgosto tomando conta de toda alegria que eu estava sentindo horas atrás.

— Como você sabe disso? — eu pergunto em um tom raivoso.

— Eu tenho olhos e ouvidos em todos os lugares, pequena e isso no momento já tomou uma escala quase que global, a última princesa da máfia desaparecida e que ainda tentou assassinar seu noivo depois de um episódio de histeria. — ele diz simplesmente.

— EPISÓDIO DE HISTERIA? — eu grito em indignação, eu provavelmente não deveria estar gritando com ele nesse momento, dada as circunstâncias da minha situação, mas eu nunca fui conhecida pelo meu temperamento calmo.

— Bom, as palavras não são minhas, bambola, não crucifique o mensageiro.

— Foi a maldita Aleksandra, não foi? — eu pergunto já fervendo de raiva da vadia que um dia eu chamei de irmã.

— Na verdade foi o seu ex-noivo. — ele diz com tédio da conversa.

— ELE ESTÁ VIVO? — eu grito novamente em choque.

— Você realmente acreditou que iria derrubar aquele touro com uma simples panelada na cabeça? — ele bufa uma risada — Isso é inocente demais, até mesmo para você, bambola.

— Babaca! — Eu rosno para ele.

— Sou coisas bem piores, em breve você descobrirá. Aliás pare de gritar tanto, vou começar a acreditar que você realmente é apenas uma histérica. — mordo minha língua para não devolver com uma resposta ácida e opto por seguir outro caminho.

— Por que você me escolheu? — eu pergunto.

— Bom, a conversa foi ótima mio amore, mas tenho assuntos para resolver antes que possamos ir para nossa casa. Adrianno vem em breve trazer algo para que você possa comer. — ele diz e sai sem olhar para trás me largando com mais dúvidas e incertezas do que eu tinha antes.

Agora além de ter tentado matar alguém da máfia russa, eu também tenho que matar um italiano que acredita que eu sou sua noiva.

Saudades de quando meus problemas eram apenas qual vestido usar hoje, agora tenho que planejar assassinatos e como escapar deles sem nunca ter feito nada parecido, ou talvez eu tenha, dependendo do meu sucesso anterior, me recuso a acreditar que o que ele disse é verdade, é bem possível sim eu ter matado Dimitry com aquela panela, ele era grande, mas não era dois, ele com certeza está mentindo para mim, tentando ganhar a minha confiança, esse maldito italiano, Matteo RIzzo, bufo com seu nome tosco, ele com certeza só quer me enganar.

Sim, ele está sendo solidário de propósito, bom, não tão solidário, na verdade ele parecia sarcástico e entediado, mas enfim, é apenas uma tática para ganhar minha confiança e me fazer trair o meu país, não que eu seja um exemplo de lealdade também, não vamos exagerar, eu facilmente trocaria todos eles por um prato de Blini, mas isso também não vem ao caso, meu estômago ronca ao lembrar da minha comida favorita.

— Ei seus idiotas, eu preciso comer! — eu grito para o além e não obtenho nenhuma resposta, como já esperava.

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