— MATTEO
— Já se passaram dois dias, irmão, perdeu o interesse pela ragazza? — Dario me pergunta com um sorriso de canto enquanto me observa de cima a baixo. — Já posso começar a brincar com ela?
— Dê o fora. — eu rosno para ele não estando disposto a cair no seu jogo.
Volto a encarar o mesmo jogo de câmeras que estou olhando a dois dias desde a última vez que a vi, eu estou esperando para ver se ela finalmente vai quebrar a sua pose durona e se vai começar a chorar, eu particularmente adoro quando elas choram.
— Oh, você prefere ficar como um lunático apenas olhando para ela através dessa tela, certo… — Dario me testa novamente e eu estou quase perdendo a paciência.
— Não é da sua conta. — eu digo sem me virar absorvendo sua forma esbelta enquanto ela se estica na cama após acordar, ela se levanta e vai em direção ao banheiro onde eu não instalei nenhuma câmera, mas que também não deixei nenhuma possibilidade para que ela tentasse se machucar ou escapar.
— O plano era sequestrar a garota dos russos e enviar o lençol manchado com o sangue dela como vingança, então por que você ainda está parado sem fazer nada? — ele resmunga para mim sem entender.
A questão é que eu também não sei o que se passa, não sei por que eu simplesmente não faço o que deve ser feito, obviamente não pretendo estuprar ninguém, eu apenas quero cortar um pouco de sua pele para conseguir o sangue suficiente para enganar a sua família, afinal eu não sou nenhum monstro.
Ou pelo menos tento não ser na maior parte do meu tempo livre, por incrível que pareça eu cresci em um lar muito amoroso, diferente da maioria das famílias da máfia, óbvio que tive que passar por situações difíceis para moldar o meu caráter, mas nada que mudasse como eu sempre me senti sobre meus pais, não só eu como meus irmãos também, Adriano, Dario, Raffaello e Giulia, sempre fomos muito amados pela nossa família.
Depois que meu pai faleceu por causas naturais um choque em toda comunidade mafiosa porque a maioria morre porque seus filhos o mataram, assim como meu pai fez com o seu, eu assumi o seu legado e me tornei o capo da Cosa Nostra o que foi bem difícil pois eu tinha apenas 19 anos e não era considerado um líder por meus subordinados.
Eu e meus irmãos tivemos que conquistar nosso respeito através de sangue e dor, passamos por muitas coisas difíceis para chegar até aqui e ter o respeito de todos os nossos soldados.
— Responda Matteo! O que você pretende fazer? — Dario estoura e perde sua paciência.
Eu me levanto imediatamente e o seguro pelo colarinho.
— Você é meu sangue e eu te respeito irmão, mas não se esqueça de sua posição aqui. — eu digo com firmeza e vejo a luta abandonar o seu corpo.
— Desculpe. — ele murmura e eu apenas aceno com a cabeça, o solto e me sento novamente.
— Eu vou fazer o que é preciso hoje. Apenas estou dando um tempo para ver se ela finalmente vai perder esse semblante em branco e finalmente vai demonstrar alguma coisa. — eu murmuro olhando para ela novamente quando ela volta ao quarto.
Ela é deslumbrante. Com cabelos loiro escuro até o meio das costas, grandes olhos cor de mel que me lembram uma corça, boca redonda com o lábio superior mais cheio que o inferior dando a ela uma aparência mais delicada, o rosto de uma boneca, mas o corpo fatal com pernas torneadas e com carne para pegar nos lugares certos, exatamente como eu gosto, ela tem seios que caberiam facilmente em minhas mãos e uma bunda empinada que praticamente implora para ser batida, seus quadris são largos e sua barriga saliente, que me deixa louco com vontade de apertar.
Ela é alta para uma mulher, deve ter no mínimo 1,70 de altura, o que não chega nem ao meu peito, mas é fofo. Quando ela caminha ela exala uma confiança e classe que eu não estou acostumado a ver nas mulheres com quem me envolvo, e quando ela me olha é como se eu não passasse de um verme que está abaixo de seus pés, ela com certeza me intriga demais.
Porém esse não foi o nosso primeiro encontro, ela provavelmente não se lembra pois estava muito abalada naquele momento, mas eu a conheci no dia do casamento de meu melhor amigo Romeu com uma outra mulher da Bratva e foi aí que todo nosso problema começou, mas isso é história para outro momento, agora eu tenho assuntos mais importantes para resolver.
Saio de minhas lembranças e lato para meu irmão leva-la até nossa sala de interrogatórios, meu irmão suspira aliviado e faz exatamente como eu mando.
Eu acompanho enquanto o vejo sair do meu escritório improvisado aqui na Rússia e ir em direção ao quarto da minha pequena
Bambola Russa, que se assusta quando ele abre a porta repentinamente, mas ainda assim consegue disfarçar rapidamente antes que ele perceba.Depois da minha visita ao seu quarto a dois dias atrás eu mandei Adriano levar comida e água para nossa querida hóspede e também acendi a luz para que ela pudesse comer confortavelmente, me diga se eu não sou um gentleman, após sua refeição pedi para que Adriano levasse para ela roupas novas que eu consegui para que ela conseguisse sair daquela camisola imunda que não deixava quase nada para a imaginação.
Desde então ela vem recebendo água e comida a vontade e também está fora de suas restrições, se ela continuar se comportando bem ela continuará com o ótimo tratamento, mas se deslizar terei que tomar medidas drásticas novamente, coisa que eu não gostaria de fazer com minha futura noiva, eu não quero que ela fique arrisca em nossa lua de mel.
— Pronto, chefe. — Dario aparece na porta e eu bufo com o seu comportamento, pelo visto ele ficou magoado, sabia que trazer meu irmão mais novo seria uma péssima ideia, mas Raffaello insistiu que seria uma boa experiência para ele.
Aposto que ele só não queria ser babá desse bebezão, passo por Dario e dou um tapa em sua cabeça por sua infantilidade e o xingo em nossa língua materna.
Sigo pelos corredores da pequena casa que peguei emprestada de um morador local que infelizmente não aceitou minha generosa oferta e atualmente não está mais entre nós.
Chego a sala onde defini que seria o meu quartinho de interrogatório e encontro a minha princesa do gelo parada encarando Adriano com raiva.
— Bom dia, Bambola. Espero que tenha dormido bem e que tenha tido ótimos sonhos. — lambo meu lábio inferior e a checo descaradamente, mas não consigo nada além de bochechas vermelhas e olhos que poderiam incendiar uma casa de tão quentes.
— O que você quer? — ela pergunta com desprezo e meu sorriso cresce mais.
— É tão satisfatório sentir o fogo Russo que você carrega em suas veias, veja Adriano como minha futura noiva é quente, acho que existe alguma gota de sangue latino em suas veias, não concorda comigo? — eu pergunto com deboche.
— Com certeza, fratello, ela é sem sombra de dúvidas uma mulher quente. — ele diz e lança a ela um olhar lascivo semelhante ao meu.
— Ela é minha, irmão, então contenha seus olhares para as prostitutas que você costuma foder. — eu o aviso em tom de brincadeira, mas meus olhos passam toda seriedade mortal que eu preciso.
— Desculpe fratello. A regra número um dos irmãos, nunca mexer com a mulher ou ex mulher do outro. — ele diz com uma risada, mas consigo ver que ele entendeu o recado.
— EU NÃO SOU MULHER DE NENHUM STRONZO! — minha noiva rosna para mim e meu irmão.
— Nossa, idiota, querida? Vou começar a pensar que você não gosta de mim. — eu pisco para ela e me viro para meu irmão novamente.
— Viu? Tenho certeza que tem alguma gota italiana em suas veias. — eu a ouço me xingar baixinho e abro um sorriso para isso. — Certo. — Me viro novamente para Byanka que me observa com olhos curiosos, mas que logo perdem o brilho quando percebe meu interesse. — Amore mio, hoje você irá sangrar por mim, como uma bela noiva virgem.
E essa é a primeira reação que consigo arrancar dela em dias, além de raiva, seus olhos se arregalam e ela se afasta de mim e de Adriano, ela corre o olhar pela sala tentando encontrar algum ponto de fuga, mas não há para onde correr e nem onde ela possa se esconder, eu sempre vou encontrar a minha bonequinha.
— Nem pense nisso. — eu adianto balançando a cabeça para ela. — Não há para onde correr e ninguém aqui a ajudará a se esconder de mim, amore mio.
— Não toque em mim! — ela rosna para mim e sua respiração acelera.
Dou um passo em sua direção e ela dá vários passos para trás até estar colada à parede, porém eu continuo avançado e ela já não tem mais para onde ir.
Quando estou a apenas um braço de distância, ela abaixa a cabeça e seus ombros caem ligeiramente em sinal de derrota, eu murcho um pouco por ver a luta fugir tão rápido do seu corpo, esperava um pouco mais de resistência.
— Já terminou? — eu pergunto com sarcasmo — Que pena, esperava mais de você.
Puxo a faca do meu bolso e me aproximo ainda mais dela, só não esperava que ela fosse me acertar uma joelhada nas bolas com tanta força, a maldita megera me enganou!
Caio de joelhos com a dor e sinto sua mão macia em meu couro cabeludo, minha pele inteira se arrepia com o contato, mas a sensação dura pouco tempo, pois em segundos seu joelho se conecta com o meu nariz e uma cachoeira de sangue começa a escorrer pelo meu rosto.
— Figlia di una puttana! — eu exclamo com a dor e ela corre para o lado para tentar escapar de mim, meu irmão corre para meu lado em meu auxílio, mas eu o dispenso com a mão.