POV CATARINA
José Eduardo me encurralava contra a parede, a centímetros de mim, vociferando como um animal selvagem. A respiração quente dele queimava meu rosto, e eu sentia o cheiro de pasta de dente — algo com menta.
— Se não me deixar sair, eu vou gritar — disse, respirando profundamente.
Ele riu com presunção:
— Pode gritar o quanto quiser, priminha… Ninguém vai te escutar. Meu quarto tem isolamento acústico.
— Isso não tem graça, José Eduardo.
— E quem disse que é pra ser engraçado, hein? — Seus olhos eram escuros. — Peça desculpas pelo que disse e eu te deixo ir.
Vendo que não havia saída, não tive outra escolha a não ser ceder aos caprichos dele.
— Desculpa.
Não sei se ele esperava que eu fosse ceder tão facilmente. Creio que esperava alguma resistência.
— Tão pequena e, ao mesmo tempo, tão… — falou, reparando no meu rosto com atenção.
— Tão o quê?
— Nada… Pode ir! — disse, dando passagem.
Ainda permaneci alguns segundos encostada na parede, observando José Eduardo — ainda de t