Já haviam se passado alguns dias desde que Matthew abrira os olhos. Letícia continuava indo todos os dias até a casa de Ozil para cuidar dele, demonstrando um carinho quase sufocante, o que me fazia franzir o cenho mais vezes do que gostaria. Ozil não demonstrava incômodo, mas eu notava seu olhar atento, como se algo ali não fizesse sentido.
Naquela manhã, decidi caminhar pelos jardins nos fundos da casa. Era um espaço amplo, florido e tranquilo, mas nem mesmo aquele cenário conseguia acalmar a confusão em meu peito. Ao virar a esquina que dava para a varanda, encontrei Constância sentada com uma xícara de chá. Seus olhos, como sempre, escondiam segredos.
— Dormiu mal de novo? — ela perguntou, com um meio sorriso, como se já soubesse a resposta.
Assenti, sentando-me ao seu lado.
— Tem sido difícil... tudo isso.
Ela bebeu um gole do chá e ficou em silêncio por alguns segundos.
—