O silêncio depois que Ravena foi embora parecia maior do que a própria noite. Não havia vento, não havia som de insetos. Só o eco do choro de Isabella preso dentro daquela casa.
Eu a carreguei no colo até o sofá. Ela não reagiu. O rosto estava úmido, sujo de terra e lágrimas. Por um instante, tive medo de que ela tivesse perdido a criança — mas a respiração trêmula e a mão apertada sobre a barriga me diziam que o bebê ainda estava ali, lutando.
Eu me ajoelhei diante dela, tentando encontrar seu olhar.
— Isabella...
Nada. Ela estava em outro lugar. Um lugar tão escuro que nem eu podia alcançá-la.
— Fala comigo — pedi, num sussurro. — Eu preciso que você me diga se está sentindo dor.
Ela piscou devagar. E então, como se quebrasse por dentro, levou as mãos ao rosto e começou a soluçar.
— Por quê? — sussurrou, entrecortado. — Por quê ele... fez isso comigo? Eu sou filha dele. Eu sou a filha dele...
Eu não tinha resposta.
— Eu sinto muito — murmurei, passando a mão pelos seus cabelos. — Eu