A lei do Retorno.
A manhã chegou cinzenta, do tipo que parecia pesar nos ombros. Eu não tinha dormido. Quando o relógio passou das seis, fui para a cozinha e comecei a preparar café apenas para ter algo que me ocupasse as mãos. Isabella ainda dormia no quarto, exausta demais para sonhar. Eu não podia me dar esse luxo.
O telefone vibrou sobre a mesa. Marcelo. Respirei fundo antes de atender.
— Já está decidido, não é? — ele disse, sem sequer um bom-dia.
— Está — confirmei.
— Vai matá-lo?
— Eu ainda não sei. — Passei a mão pelos olhos. — Mas vou destruí-lo. E se for preciso, vou enterrá-lo.
Do outro lado da linha, ouvi um suspiro longo.
— Estou indo aí.
— Não — interrompi. — Encontre-me na casa velha, onde guardamos o equipamento. Leve só você. Nada de papéis.
— Certo. — A voz dele amaciou um pouco. — E ela?
— Ela não pode saber de tudo.
— Pedro…
— Eu não vou discutir. Apenas esteja lá às oito.
Desliguei antes que ele insistisse.
O depósito ficava numa estrada secundária, meio escondido entre árvores. Er