Barcelona os recebeu com céu claro e um vento leve que cheirava a mar e pedra antiga. Era primavera, e as ruas do Bairro Gótico pareciam suspensas no tempo.
Pedro desceu do táxi com Miguel no colo, olhando para a fachada da velha casa que resistia ao tempo como ele resistira à dor. Isabella saiu atrás, os olhos absorvendo tudo — os paralelepípedos irregulares, as janelas arqueadas, a varanda com plantas secas e uma bandeira da Catalunha desbotada.
— Aqui? — perguntou, em voz baixa.
Pedro assentiu, com um sorriso nostálgico.
— Aqui.
Isabella segurou a alça da mochila com uma das mãos e tocou o braço de Pedro com a outra.