O céu de Lisboa estava coberto por nuvens brancas e lentas quando o carro parou em frente à antiga casa de Clara. O bairro era silencioso, elegante, com jardins bem cuidados e varandas que cheiravam a café fresco.
Isabella segurava Miguel no colo, agora maior, os olhos castanhos atentos a tudo. Pedro ajeitou o blazer, respirou fundo e encarou a porta com um misto de receio e nostalgia. Ele não via Clara desde o nascimento de Miguel. A última vez que tinham trocado palavras, ainda havia dor entre eles. Palavras não ditas, feridas cruas.
Isabella pareceu sentir isso.
— Você quer que eu entre com você?
Pedro hesitou. Depois assentiu.
— Quero.