Julho chegou trazendo consigo o frio intenso e a atmosfera aconchegante que combinava perfeitamente com o casamento de Henrique e Ágata. A cidade ainda parecia sonolenta nos bairros residenciais, enquanto o apartamento deles se transformava em um centro de atividades frenéticas: convites revisados, flores escolhidas, pequenos ajustes no vestido de Ágata, ensaio da música que tocaria quando ela caminhasse até o altar.
Ágata acordou cedo, como sempre fazia nos dias importantes, mas aquele era diferente. Havia um nervosismo delicioso misturado à empolgação que a fazia sorrir sozinha diante do espelho. Filipe e Artur brincavam juntos, rindo alto, sem perceber a tensão positiva que pairava no ar.
— Hoje é o dia, não é, mamãe? — perguntou Filipe, os olhos brilhando.
— Sim, meu amor. Hoje é o dia que seu pai e eu vamos nos casar — respondeu Ágata, acariciando os cabelos do filho com delicadeza. Ela respirou fundo, sentindo o frio do inverno contrastar com o calor que subia de dentro dela.
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