O dia começou com uma tensão suave no ar. Artur, filho de Henrique, estava doente, febril e abatido, e a casa parecia menor, mais silenciosa, ocupada apenas pelo zumbido dos aparelhos e pelo leve choro do menino. Ágata, já acostumada a lidar com Filipe, adaptou-se imediatamente à situação, tomando cada cuidado para garantir que Artur se sentisse seguro, confortável e amado.
Ela ajustava os cobertores, oferecia remédios na medida certa, segurava a mão dele com delicadeza e falava baixinho, com aquela voz maternal que sempre conseguia acalmar qualquer criança. Henrique observava de longe, o coração apertado, mas também tocado profundamente. Nunca tinha visto alguém se dedicar com tanta atenção e amor — não apenas como cuidadora, mas como alguém que parecia entender cada necessidade da criança antes mesmo de ser pedida.
— Ele está melhor agora, graças a você — disse Henrique, depois de observar Ágata durante horas, finalmente se aproximando da cama. O tom da voz era suave, mas carregado