O dia já havia se arrastado por horas quando Júlia finalmente tomou coragem. Sentada na mesa da cozinha, mexendo uma xícara de café que já estava frio, ela abriu o celular. O brilho da tela iluminou seu rosto cansado. A respiração veio curta, quase um suspiro que não teve força suficiente para se completar.
Júlia: Gi… podemos conversar? Ainda hoje… por favor.
O tempo entre enviar e receber a resposta pareceu longo demais, mesmo que tenham sido apenas segundos.
Giovana: Claro. Restaurante do Parque às 19h? Te encontro lá.
Júlia respondeu com um simples ok, mas o coração dela estava tudo, menos simples.
Ela tomou banho devagar, como se a água pudesse levar embora o que estava pesando dentro dela. Viu o próprio reflexo no espelho: cabelos presos sem muita paciência, olheiras marcadas, aquele brilho nos olhos que só existia quando algo estava fora do lugar.
No fundo, ela sabia: não era cansaço. Era guerra.
O sol já começava a se esconder quando ela chegou ao restaurante. Um lugar acolhedo