As manhãs de Nova York não possuíam mais cor para Giovanni Bianchi.
As luzes da cidade cintilavam como um palco, mas ele não era mais o protagonista da própria história. Desde que Sophia deixou sua vida, ou ele a expulsou com sua frieza calculada, tudo se transformou em rotina crua, cronometrada, infalível. O império que construiu seguia de pé, crescendo, expandindo, dominando mercados internacionais. Mas por dentro, ele desmoronava em silêncio.
O terno estava sempre impecável. A gravata alinhada. O cabelo milimetricamente penteado. Mas o olhar…
O olhar havia morrido.
Dormia pouco. Comia quase nada. Bebia mais do que deveria. Mas tudo isso dentro dos limites do aceitável, porque Giovanni não perdia o controle. Nunca.
Trabalhava de forma compulsiva. Liam, Alberto e os acionistas… todos notavam o ritmo destrutivo, mas ninguém ousava dizer nada. Ele impunha silêncio apenas com a presença. A ausência de Sophia, no entanto, era gritante. E ele sabia. Sabia demais.
O voo para a Rússia era u