O silêncio depois da tempestade era uma entidade em si.
Denso, espesso, quase sobrenatural.Na suíte da cobertura do hotel, o caos permanecia imóvel como um retrato de guerra. Almofadas rasgadas, penas espalhadas como se fossem restos de asas arrancadas à força. Vasos de cristal partidos em mil estilhaços refletiam a luz trêmula da cidade. A cama, outrora palco de promessas e pecados, agora jazia desfeita, lençóis manchados, fronhas atiradas ao chão como se tivessem tentado fugir da cena. O cheiro de perfume caro misturava-se ao de álcool derramado, suor e desespero. Um aroma agridoce que impregnava as paredes.
No canto do quarto, uma garrafa de vodca rolava lentamente pelo chão, produ