O jato particular aterrissou em Nova York às três e quarenta da manhã. A cidade ainda brilhava em silêncio, mas para Giovanni Bianchi, nada havia de vivo naqueles letreiros e faróis. A metrópole podia continuar pulsando lá fora… mas dentro dele, tudo estava em ruínas.
Ele desceu a escada da aeronave com o sobretudo fechado até o pescoço, as luvas pretas nas mãos e os olhos ocultos por detrás de uma expressão impassível. Não havia pressa nos passos, nem hesitação, apenas o mesmo controle rígido que impunha ao próprio corpo desde que deixara a Rússia.
O carro o aguardava na pista. Entrou, sem uma palavra. O motorista já sabia: silêncio.
Durante o trajeto até a cobertura, Giovanni olhava a cidade como quem observa um quadro de um tempo distante. A avenida que atravessava a madrugada já não lhe dizia nada. Nenhuma lembrança. Nenhuma inquietação. Só concreto e cansaço.
Quando as portas do elevador se abriram no andar mais alto do prédio, o mundo lá fora desapareceu. A cobertura era impecáv