A semana passou como uma marcha silenciosa, ritmada e impiedosa.
Para o mundo, Giovanni Bianchi era inabalável. Um imperador no império de concreto e aço que construiu. De segunda a sexta, os dias se repetiam com precisão cirúrgica: reuniões, decisões, contratos. A empresa girava ao redor de sua presença como um sistema solar obediente a um único sol sombrio.
Vestia-se sempre da mesma forma: ternos escuros, alfaiataria impecável, sapatos italianos tão silenciosos quanto seu andar. Chegava antes de todos, saia depois. As paredes espelhadas de sua sala refletiam o homem que todos admiravam e temiam. Mas ninguém via o que existia por trás da expressão fechada, dos olhos frios e do silêncio absoluto.
Ninguém via a ruína em construção.
À noite, quando os corredores da empresa se calavam e os carros sumiam pelas ruas de Nova York, Giovanni se dirigia ao Black Room.
Ali, a escuridão era literal.
As paredes de couro negro abafavam qualquer som. As luzes vermelhas lançavam sombras recortadas s