Laura entrou devagar, como se pisasse num terreno desconhecido — e, de certa forma, era isso mesmo. A casa de Apollo lhe era familiar, quase como uma extensão sua. Quantas vezes ela já estivera ali, no sofá velho da sala, rindo de besteiras, dividindo silêncios, falando sobre a vida? Mas agora era diferente. Aquela era a primeira vez que ela estava ali como alguém que o ouvia dizer “eu te amo”.
Apollo fechou a porta atrás dela, os olhos ainda presos aos dela, como se temesse que ela sumisse se desviasse o olhar.
— Quer… água? Café? — ele ofereceu, nervoso.
— Água tá bom — ela respondeu, sem conseguir conter um pequeno sorriso tímido.
Apollo correu até a cozinha e voltou com um copo em segundos. Laura agradeceu e bebeu lentamente, mais para ter algo em mãos do que por sede. O silêncio entre eles não era tenso, mas cheio de significado. Ambos sabiam que o que tinham a dizer era grande demais para ser resolvido com palavras rápidas.
Ela sentou-se no sofá, e ele se acomodou na poltrona à