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Capítulo 3 – Quando o Passado B**e à Porta

Dois dias.

Foi o tempo que Laura levou para parar de olhar o celular a cada cinco minutos esperando uma mensagem que não chegava.

Apollo havia sumido.

Ela tentou se convencer de que ele só precisava de tempo. Que aquela hesitação na chuva não era uma rejeição, mas uma tentativa nobre de fazer tudo “do jeito certo”, como ele dizia. Mas, para Laura, o que restou foi o vazio. E a dúvida.

Até que, no terceiro dia, o destino decidiu brincar com o coração dela de novo.

Ela estava saindo da cafeteria onde trabalhava meio período, ainda com o avental amarrado na cintura, quando ouviu uma voz familiar chamá-la:

— Laura Martins?

Ela se virou. E, por um segundo, esqueceu como se respirava.

Davi.

O primeiro amor. O garoto popular que tocava violão no pátio do colégio e que partiu seu coração antes mesmo de saber o que amor realmente era. Agora, ali na sua frente, ele parecia ainda mais bonito — e infinitamente mais confiante.

— Davi? O que você tá fazendo aqui?

— Voltei pra cidade. Peguei uma vaga em um hospital daqui. Vim visitar o centro e… olha só quem eu encontro.

Ele sorriu, aquele sorriso que costumava fazer o coração de Laura acelerar. Mas agora… era diferente. Ela não sentiu o mesmo frio na barriga. O único nome que ecoava em sua mente era o de Apollo.

Mesmo assim, aceitou tomar um café com ele. Talvez por curiosidade. Talvez por raiva. Ou talvez — ainda que inconscientemente — pra provocar algo em si mesma. Ou em alguém.

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— Então, tá saindo com alguém? — Davi perguntou, com um meio sorriso curioso.

Laura hesitou. Pensou em Apollo. Pensou no “quase beijo”. Pensou no vazio dos últimos dias.

— Não exatamente. As coisas estão… complicadas.

— Sempre achei que você e o Apollo acabariam juntos. — Ele riu, casual. — Ele ainda é grudado em você, né?

Ela riu sem graça.

— Ainda somos próximos. Mas as coisas mudaram um pouco.

— Se ele não enxergar o que tem nas mãos… talvez seja a hora de alguém abrir os olhos por ele.

Davi tocou levemente na mão dela. Laura puxou de volta, instintivamente. Mas não disse nada.

---

O que ela não sabia era que, do outro lado da rua, Apollo a observava.

Ele tinha ido até a cafeteria com a intenção de se desculpar. De explicar que hesitou por medo de estragar o que tinham, mas que desde então, tudo parecia vazio sem ela.

Mas ao vê-la rindo com Davi, com aquele brilho nos olhos que ele achava exclusivo dele… alguma coisa dentro de Apollo queimou.

Ciúmes.

E não era do tipo leve. Era o tipo que misturava dor e raiva. Que fazia o coração gritar “você demorou demais”.

Ele voltou para casa sem falar nada.

Sem saber que Laura saiu dali sentindo um gosto amargo na boca.

Davi era gentil, bonito, até atencioso. Mas não era o Apollo.

E tudo que ela queria naquele momento era que ele estivesse ali. Dizendo que o amor deles valia a pena.

Mas, por enquanto, só havia silêncio.

E dois corações confusos tentando não se perder.

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