A manhã seguinte parecia carregar o peso de uma tempestade que acabara de passar. O céu estava coberto por nuvens densas, mas não chovia. Era como se o mundo respeitasse o silêncio de Laura.
Ela estava deitada no sofá da casa de Apollo, com uma manta até os ombros e os olhos fixos no nada. As palavras ainda não vinham. Desde que acordara, havia dito apenas o necessário. “Sim.” “Não.” “Obrigada.” Tudo o que vinha depois disso morria em sua garganta.
Apollo, por sua vez, sentia um aperto constante no peito. Ele a observava com olhos cheios de culpa, tentando encontrar uma forma de ajudar, de aliviar a dor que agora transbordava nos silêncios de Laura.
— Trouxe chá — disse ele, se aproximando com uma caneca quente nas mãos. — Camomila. Lembra que você disse que sempre te acalmava?
Laura desviou o olhar da janela e finalmente encarou Apollo. Havia um brilho opaco nos olhos dela, como se algo dentro estivesse se escondendo atrás de uma névoa.
— Obrigada — disse, pegando a xícara.
Apollo se