Os dias finalmente pareciam sorrir para Laura. A cada manhã, o sol entrava pelas janelas de forma diferente, como se iluminasse partes dela que estiveram apagadas por tempo demais. O trauma não havia desaparecido por completo — ainda havia momentos de silêncio profundo, de suspiros longos e olhos marejados sem aviso —, mas agora havia algo mais forte ali: vontade de recomeçar.
Laura estava sentada à mesa da cozinha, com uma xícara de café nas mãos, observando um caderno antigo. Nele, havia rascunhos de ideias, esboços de projetos, listas de desejos. Era seu diário de planos. E ela finalmente estava pronta para abrir aquelas páginas de novo.
Apollo surgiu na cozinha, ainda sonolento, com os cabelos bagunçados e um sorriso preguiçoso.
— Bom dia, minha escritora favorita — disse ele, beijando o topo da cabeça dela.
Laura riu, encostando o rosto em seu peito quando ele a abraçou por trás.
— Não sou escritora, só tenho ideias aleatórias.
— Errado. Você tem ideias incríveis e está apenas es