A escuridão já tomava conta da cidade quando Laura saiu do curso de fotografia. As luzes dos postes tremeluziam sobre o asfalto molhado pela garoa fina que insistia em cair. Apollo havia prometido buscá-la, mas um imprevisto no trabalho o prendeu por mais tempo. Ela decidiu esperar em frente ao prédio, distraída no celular enquanto enviava uma mensagem para ele.
> Tô aqui fora, amor. Me avisa quando estiver perto.
Minutos se passaram. O frio aumentou, e ela encolheu os ombros, buscando calor no próprio casaco. Um carro preto estacionou devagar na esquina. Ela não deu atenção. Até que a buzina soou duas vezes.
— Laura? — chamou uma voz familiar.
Ela olhou e reconheceu o rosto de Davi à janela do carro. Ele sorria, como se nada tivesse acontecido entre eles.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntou, mantendo distância.
— Vi que você tava sozinha e pensei em te dar uma carona até o Apollo chegar. Sei que tá frio e... — Ele ergueu as mãos. — Paz. Só quero ajudar.
— Não precisa. Ele já tá